A história se passa no início da década de 90, na cidadezinha de Silveiras (SP). Numa noite de inverno um grupo de amigos decide embarcar numa aventura de bicicleta pela Serra da Bocaina. O combinado era a galera se encontrar no dia seguinte um pouco antes do amanhecer para partir rumo ao passeio. Como já era de se esperar, ainda mais em se tratando de adolescentes, quase ninguém apareceu conforme o combinado. Mesmo assim cinco garotos partiram para essa aventura. Pedro, de 17 anos, que é bem bonito porém muito tímido, seu irmão mais novo, Jerônimo, com apenas 12 anos e sedento por diversão, Braz, com também 12 anos e muito esperto em relação às coisas do interior; Luíza, uma menina que não é exatamente bonita, mas com traços bem diferentes, e ela meio que é prima do Pedro e do Jerônimo; e por fim, Caio, um rapaz urbano e meio estabanado, em busca de alguma emoção em meio às suas entediantes férias. Porém não só aventura e emoções a garotada estava prestes a enfrentar, mas também uma aura de mistérios de seus antepassados, um casarão mal assombrado e também o desafio de se redescobrirem.
Esse foi o primeiro livro que li por conta própria e que realmente gostei. Acho que eu tinha entre 12 e 13 anos de idade e, apesar de ainda não ter o hábito de leitura, eu adorava ficar na biblioteca da escola, principalmente durante as aulas de educação física. Enfim... Lembro-me de ter visto o livro e ter sido atraída pelo título, peguei emprestado na biblioteca e li. E foi isso. Fiquei encantada com a história, com o ar de mistério, com as aventuras. Gostei tanto que nunca mais esqueci e por anos venho pensando nesse livro. Vou começar dizendo que é realmente muito estranho ler um livro tão pequeno quando você não está acostumado com nada inferior à 200 páginas. Porém esse é um livro totalmente voltado para o público infanto-juvenil, portanto é super normal que seja uma história breve para que o público não fique entediado. Me recordo bem que na época em que li (mais de 6 anos atrás) fiquei super mega empolgada e fascinada com a história, mas como eu era criança e nunca tinha lido algo no ramo do suspense foi normal minha reação ao livro. Hoje, podendo relê-lo, vejo que a história não é "aquilo tudo" e é bem mais vaga e superficial do que eu me recordava. Mas como se trata de um livro pra crianças nada mais natural, afinal criança nenhuma quer saber de detalhes e sim de fatos! Por mais breve e rasa que seja a narrativa nada impede que ela seja encantadora. Os personagens são fofos e é muito legal observar as experiências típicas da adolescência pelas quais eles passam, por exemplo, o primeiro amor, a sede por aventura, a curiosidade pelo desconhecido entre outras coisas. De todos os personagens o que eu mais gostei foi o Braz que, apesar de ser só coadjuvante, tem uma alma leve e simples do típico garoto criado no campo.
"Viajar é ir... Levando na mala o importante e útil do que se tem em casa... É achar o que não se procura e perder o que se procura...Viajar é estar acompanhado e sobretudo só, numa aventura pelos caminhos do eu, que expõe a perigos e prazeres."O livro é nacional o que é um ponto forte na minha opinião. Amo leituras que se passem em lugares que eu conheço ou que pelo menos exista no meu país, é algo que me dá uma sensação de intimidade maior com a história. Esta obra foi escrita por duas autoras, Cândida Vilares e Vera Vilhena. Tentei encontrar informações sobre elas numa pesquisa rápida no Google mas não achei nada de relevante, somente algumas outras obras bem antigas. O livro tem algumas ilustrações fofas que tem tudo a ver com a história. Em suma é uma excelente obra mas para um determinado público, que é o infanto-juvenil. Mas nada impede que você que é adulto ou adolescente leia, desde que esteja ciente de que não encontrará um história super elaborada e cheia de detalhes, pelo contrário, é algo bastante simples e objetivo. Perfeito para presentear um primo, irmão ou sobrinho mais novo a fim de incentivar a leitura. :)
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